segunda-feira, 28 de março de 2011

Pra não dizer que eu não falei das flores


Após o impacto de uma notícia devastadora, demorei horas para engatar no sono. Não... já aviso de antemão que não estou na moda, não tenho insônia,  está tudo ok com o meu descanso...
Que noite essa!!! Realidade atravessando a minha noite, dormia acordada, e acordada, dormia, um revés sem fim e pela manhã sem saber ainda se era sonho ou realidade, confirmei ao esfregar os olhos a dura verdade da notícia que tive no dia anterior. Um impacto! Uma tristeza, um corte!
E sem aviso de chegada, exceto aquele que já está dado de saída, a vida imprime em você a sua síntese maior: a MORTE!
E nesse meu despertar meio torpe, saindo de um sonho meio pesado(pesadelo), me vem as seguintes palavras:” Pra não dizer que eu não falei das flores”... Familiar.... de onde viría isso mesmo? E por que isso se associava aquele meu despertar? (pausa!) Golpe!!! Golpe de uma nação, golpe na minha vida!
Logo você que eu tinha entendido que me acompanharia para sempre, logo você  que nem resfriado pegou durante os anos que estive morando na sua casa, logo você que parecia pra mim infalível????
Realmente a vida é mesmo um “trem bala”, acontece numa velocidade de um piscar de olhos e estamos cá nós duas, vc e sua vida, você e seus outros filhos a digerir esse  choque, essa sentença, atônitos com a colisão e por hora só tentando recolher os efeitos  de tamanha devastação... E eu só entendo tamanha dor podendo dissolvê-la como fez Geraldo Vandré pós golpe de 64, com a música a qual fui despertada depois dessa notícia: “Pra não dizer que não falei das flores”. Especialmente esse refrão me diz muito:
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...”
A vida é mesmo surpreendente em todos os sentidos!!!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Feliz Natal e o rodeio das gordas

Desculpe-me, não gosto de Natal. O Natal para mim é sempre triste, não sei dizer exatamente por que. Mas gosto de ver a movimentação das pessoas em prol do voluntariado. Essa época aguça as pessoas, que se tornam mais solidárias, compreensivas, gentis, sensíveis. Nada contra, jamais seria. Pena ser só nesta época. Porque não estender para o resto do ano? Outro dia, sentada com algumas pessoas que não conhecia direito, fiquei sabendo, em meio às gargalhadas, de um “evento” nada nada sublime. Na minha singela inoscência, perguntei do que se tratava, o “rodeio das gordas”. Organizado (choquem) por alunos de uma universidade muito bem conceituada, alunos “inteligentes”, é um novo tipo de trote, onde as alunas gordas que acabaram de ingressar na faculdade são escolhidas para serem “montadas” como touros e ganha aquele que conseguir ficar mais tempo em cima da aluna. Considerando alunos “inteligentes”, o “evento” é muito bem planejado, rola até taxa de inscrição. Bom, o que tem isso haver com o Natal? Exatamente nada, mas que contradição. Aposto que essas mesmas pessoas “inteligentes” e “gargalhantes” da mesa, nessa época, vestem a máscara gentil, solidária, compreensiva e cumprem com o papel (seres humanos) de bons cidadãos, ficando com créditos para gargalharem o resto do ano. Acho que é por isso que não gosto muito do Natal. As contradições ficam mais evidentes, intensas. Parece que as pessoas estão cada vez mais afastadas do que a gente pode considerar como ser humano, aquele capaz de pensar, raciocinar, um ser inteligente diferente do animal. Animal? Quem? Acho que sou alienada por ficar tão chocada. Acabei discutindo com uma das pessoas da mesa. Não consegui ficar calada. Eu tinha que ficar? Não sei, acho que não conseguiria, tanto que não consegui. Sei que para a maioria ali o que eu dizia não fazia sentido nenhum e que jamais iria conseguir sensibiliza-los para alguma coisa, mas fiquei contente em mostrar que não compartilho com tanta asneira, crueldade e falta de humanidade. E saber também que divido meus melhores momentos com pessoas bem parecidas comigo, alienadas que se chocam com tamanha babaquice. Feliz Natal, que esse espirito natalino se espalhe durante o ano todo pelo coração daqueles mascarados sazonais!!!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

No fundo no fundo...

No fundo no fundo, todo mundo pede um pouco de atenção. Contato humano. Acabei de bater o carro. Sim, é uma merda. Mas é apenas um objeto, já que não houve danos físicos. Dá raiva, muita raiva. Seis e meia da tarde, voltando para casa, e PUM! Bati. Eu fui a culpada. Não, não havia ingerido nada alcoólico. Bati de boba. De besta. De achar que todos vão fazer exatamente o mesmo caminho que eu. Aquele caminho, que você está acostumada a fazer e acha que todos vão ver as mesmas coisas que você. Mas, tudo bem, vivendo e aprendendo. O que dá mais raiva, é que seu carro, tem pouco mais que uma semana. 0km. Bateu, arranhou, detonou e por consequência também o carro da frente. Era um cara, muito simpático. Pelo menos isso. Hoje em dia, ninguém sai do carro já xingando, todos querem resolver a situação da maneira mais tranquila possível. Bom, eu também queria se não fosse culpada, estava a ponto de me esbofetear, lançar minha cabeça contra o poste, xingar até minha última geração. Mas não podia, precisava me manter  tranquila, já que o dano foi apenas material. Poxa!!!!! Comecei agora colocar minhas coisas em ordem e PUM. Vou ter que pagar o meu carro e o carro dele. Não, não vou dizer TUDO ISSO É MUITO INJUSTOOOOOO! Ficaria algo muito normal, sem originalidade nenhuma, muito diferente do ocorrido: carro 0km, batido na primeira semana de uso, um gasto enorme com documentos, placa, e bla, bla bla bla bla bla. Bom, eu tremia, falava palavrão, chorava e sabe lá mais o que. Depois de tudo anotado, telefones trocados, vou para casa. O “moço”, muito simpático, me perguta se havia alguém para eu ligar.... NÃO, NÃO TENHO NINGUÉM PARA LIGAR. NÃO TENHO NINGUÉM, NINGUÉM!!!! Não é novidade nenhuma que caio em lágrimas fácil, fácil, muito fácil. Foi isso que eu fiz. Cheguei em casa, liguei para amiga para dizer que não havia acontecido nada, abri uma latinha de cerveja e comecei a chorar. Não sabia nem porque , já que era apenas um carro, 0KM, mas apenas um carro. Estou dizendo a verdade, acredito nisso mesmo, acho que até por isso fiquei com mais raiva, por que era apenas um carro e eu estava alí, me debulhando em lágrimas. Bom, não dá para bater o carro, chegar em casa sozinha, abrir uma latinha e não ligar a TV. Nessa hora, o contato humano é importante. Quando você não tem, a voz substitui, mesmo que você  fale e não escute a resposta, ou mesmo que eles falem e para você não faça o mínimo sentido. O jeito então é ouvir, mesmo que não seja exatamente o que você queria realmente escutar. Era hora da propaganda eleitoral, desculpem  minha falta de patriotismo, mas, hoje não, eu não estava afim... Mudei de canal e parei num dos únicos que não havia o programa. Um homem na cadeira de rodas. Comecei a chorar tudo de novo, por me sentir tão ruim por estar chorando por que bati o carro 0KM. Senti-me muito mau, uma egoista, materialista, oportunista. Oportunista por depositar todos os meus problemas em cima do carro. Acho que já estou até com dó dele. Bom, acabando o programa do cadeirante, mudei de canal e o que se passava era a reportagem do grande Show SWU, e hoje, o mais agitado que dos outros dias. Uma das bandas: Sepultura. Bom, acho que todo mundo conhece e conhece também o público. Eles tem uma maneira muito peculiar de homenagiar, prestigiar, festejar, mostrar que gostam da banda. Nada pessoal, cada um tem seu jeito, seu gosto, e isso realmente não se discute. Mas o que mais me chamou a atenção, nessa hora, foi a forma como eles comemoram. Eles se batem o tempo todo, como se estivessem numa briga. O repórter fala exatamente isso, não se sabe se estão se batendo ou festejando. Pelos rostos, percebemos que estão todos felizes, mas de longe "joga água que é briga". Daí, comecei a pensar. Os “roqueiros”, aqueles pelo menos, usavam daquela “comemoração” para estarem mais juntos. Sim, “roqueiros não podem se pegar”, ter contato físico, assim tão perto. Nada melhor que podermos nos pegar, sem falar que estamos tenho algum contato; ter esse contato, fingir que é uma briga, mas todos sabendo que não é briga (portanto ninguém vai nos apartar) e ficarmos em contato, em contato físico, em atenção do outro. No fundo, no fundo, o que a gente quer é atenção, é contato físico, é calor humano, amor... Bom, foi isso que eu senti, queria alguém, para ficar me dizendo o tempo todo que era apenas um carro, apenas material e que todos estavam inteiros e que nada de grave tinha acontecido. Sim, acho que eu queria estar no show do Sepultura!!!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Indignação

Gente! Isso me indignou. Assistindo CQC, há um quadro dentro do programa, chamado Top Five, onde eles colocam trechos de outros programas, de outras emissoras, onde há uma situação engraçada, digna de mico, de vergonha... Numa das apresentações do programa, fiquei atônita pelo que vi. Um desses programas no período da manhã, onde há um convidado “conceituado” (médicos, psicólogos, fisiterapeutas, etc), enfim, pessoas que se valem de seus diplomas e títulos para esclarecer dúvidas e dar aconselhamentos, falando da diferença do desejo sexual do homem e da mulher, e no caso era um ginecologista. Como no CQC é exibido apenas um trecho do programa em questão, não sei dizer a que ponto chegou a estória inteira, mas da parte mostrada o “digníssimo” ginecologista dizia que a ordem do desejo sexual da mulher era de aproximadamente 10º (décimo), isto é, antes disso viria as compras de roupas, sapatos, alguns interesses fúteis, e me desculpem pelo “fúteis, mas se comparado ao assunto, elas ficam fúteis. Realmente chamou a mulherada de assexuada, ou vai ver que para o “digníssimo” mulher que gosta de sexo é vulgar (palavra que tenho escutado muito para descrever as mulheres hoje em dia). Bom, e o homem ele colocou o como “garanhão” - “ O homem só precisa de um lugar para fazer sexo, tipo aquele ali ô” - apontando para um biombo e mostrando para apresentadora, quase que convidando-a para o “sexo”. Fiquei indignada. Será que exagerei? É muito engraçada (melhor dizer assim) essa situação. Alguns homens (e algumas mulheres também), chamam de vulgar aquela que está afim de sexo por apenas uma noite e esses mesmos colocam o desejo delas em décimo lugar? Acho que não entendi direito. Alguém pode me explicar? Há muito tempo atrás, assistindo Tootsie 1982, com Dustin Hoffman, guardei uma parte do filme o qual nunca me esqueci. Desempregado, o personagem se veste de mulher para conseguir um papel feminino numa telenovela (o personagem é ator também). Como mulher, faz amizade com uma moça (Jessica Lange) a qual ele se apaixona. A moça, por sua vez, gosta muito da “amiga” (ele), a qual se torna sua confidente. Num desses momentos de confiança, ela diz à “amiga” que seria muito mais fácil se o homem fosse direto ao assunto e falasse logo de cara que gostaria de fazer sexo com ela. Vestido, em outro momento, de homem, ele a conhece (ela não sabe que ele é a “amiga”) e faz exatamente aquilo que ela havia confidenciado à “amiga”. Ela então dá um tapa na cara dele e saí andando. É muito difícil chegar a uma conclusão. Acredito que fazemos parte de uma geração que vai dar um outro rumo para essas questões, que serão usufruídas por nossos filhos e netos. Mas tenho para mim que precisamos nos posicionar no sentido de tentar entender que as pessoas podem pensar diferente sim e que não há problema. O que não podemos fazer é querer enfiar guela a baixo nossas idéias sem respeitar a contrária do outro. Se não concordamos, não quer dizer que está errado, apenas existe outras formas de se pensar e se posicionar no mundo. Tem mulherada por aí queimando o filme de outras tantas. Queimando o filme no sentido de querer liberdade de expressar seus desejos, mas “meter a boca” chamando a outra de vulgar porque ela teve a coragem de assumir o que queria. Os preconceitos surgem de nós mesmos e isso é alimento nutritivo para causar esta confusão toda que estamos vivenciando. Deu para entender? Ou tá muito confuso?

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Na conta dos 80

Quem já não se pegou na aquela fase em que tudo parece anormal? Anormal no seu jeito de agir normalmente. O que é agir normalmente? É agir de modo em que nada te faz pensar que aquilo está estranho. É agir de modo que não há problema nenhum dizer a qualquer pessoa o que você fez. Mas tem aquela fase em que alguns fatos te faz pensar: “nossa, fui eu mesma quem disse isso, ou fiz isso?” Acho que essa fase é aquela em que seus parâmetros estão mudando. Todos temos fases de mudança. É excitante e ao mesmo tempo constrangedor agirmos de modo diferente do que sempre agimos. Mesmo assim acredito que são experiências para toda vida. Sempre digo que se você se arrependeu de algo que fez ou disse, há um lado positivo, vai fazer diferença numa próxima vez: “descobri que isso não me faz bem”. Mas que tédio viver a vida sempre tão “normal”. Não há novidades, não há paixão, não há erros, não há aprendizado, é tudo muito bem ponderado. Precisamos sim ser ponderados, mas não esquecer que a vida é muito mais que ponderação. Não estou dizendo que deveríamos roubar uns "tapes" de vez em quando, nem começar usar drogas e nem sair transando por aí sem camisinha. Um pouco de ousadia na vida faz muito bem. Quem não quer contar para seus netos a aventura que é viver? Tire umas férias  da vida “normal” de vez em quando (as férias não tem tempo, pode durar alguns minutos, horas, dias...), descubra o que te faz sentir vivo e motivado a continuar a ser normal. Acho isso importante para construirmos outros parâmetros. Até para realmente chegar a conclusão de que sua vida está muito bem obrigado. Tirem suas máscaras de vez em quando, se houver problema maior, coloquem na conta dos 80 anos!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sou grata

Sou grata a meus pais e a meus filhos, aos meus amigos e inimigos, a política e a religião, as plantas, aos animais, aos dias quentes e frios, aos meus amores e desamores, a felicidade e a tristeza, a dor, ao bem estar, ao dinheiro e a falta dele, aos professores, aos alunos, ao pneu furado, as festas, aos dias comuns, aos finais de semana, as segundas-feiras, ao trabalho e as férias, a Tom Jobim e a banda Calipso... sou grata.

É por eles que vivo e “morro”, que mudo e permaneço, que brigo e procuro a paz, que grito e fico em silêncio, que aprendo e sinto a vida!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Solteira, desesperada ou fácil?

Fim de noite de quinta, estou em casa, trocando os canais de TV sem parar. Um programa fala de relacionamentos, onde todos os integrantes do debate são homens. Ouvi ditados clássicos como “antes só do que mal acompanhado”. Assunto “pegante”: “solteiríce” e as mulheres de hoje. Abro meu e-mail e leio uma matéria de um escritor falando sobre sua prima que reclama do que ele escreve - às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão. Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas. (esse trecho foi literalmente copiado e colado do e-mail). Estou eu aqui, solteira, pensando que realmente é uma opção, já que “ficamos mais exigentes com o passar do tempo” (frase também dita no programa de TV). É verdade, as mulheres hoje em dia estão disputando atenção de homem, mas os homens também não se mexem mais quando querem alguém. Queria sentir novamente aquela sensação de que estou sendo paquerada, por um tiro só, não por uma metralhadora. Os homens, do mesmo local onde há as disputas femininas, deixam-se escolher, a mulher que se descabelar mais, leva. Outro dia, estava num bar e fui ao banheiro. Os banheiros feminino e masculino ficam um ao lado do outro. Como o local é pequeno, as filas se emendam e o último da fila era um homem. Perguntei: “A fila é aqui?”, ele respondeu: “sim”. Entrei no final da fila quando de repente - “Ele está comigo!” - ouço uma voz feminina, com uma feição de poucos amigos, olhando para mim. Fiquei atônita. Não deu nem tempo de pensar o que aquilo queria dizer. A resposta veio da mais livre e espontânea reação - “Pode ficar!” – disse sorrindo. Passei o resto da fila, rindo por dentro e por fora, do que havia dito à moça. Acredito que esteja difícil para os dois lados. A mulherada já não sabe mais o que fazer para chamar a atenção dos homens que se deixam ser escolhidos e aproveitam para dizer que elas estão muito fáceis. Queria voltar para meu planeta, mas perdi o mapa!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Um outro eu dentro de mim

Sabe aquele dia em que você acorda como se fosse segunda-feira? Ou aquele dia que você tem um compromisso, mas não está muito afim de comparecer? Ou ainda aquele dia que você espera que não vai te acontecer nada demais além de um dia comum? Então, são mais ou menos quase todos os dias de nossas vidas, dependendo da fase em que estamos. Bom, aconteceu comigo. São surpresas "surpreendíveis" que surpreendem uma vida sem surpresas. Compareci ao compromisso que seria apenas mais um compromisso. Sai do compromisso mais comprometida do que realmente gostaria, ou melhor, gostei muito do comprometimento em que me comprometi. Confuso? É, fiquei confusa. É um misto de confusão, com excitação, falta de fome e vontade de comer. Como pode minutos de sua vida fazer diferença para o resto dela? Não, não perdi ninguém, mas não ganhei também (essas seriam algumas formas de em minutos transformar sua vida). Ganhei na verdade uma outra forma de pensamento. Isso existe? Alguém sabe do que estou falando? Será que eu sei? Gente, que papo de maluco! Não, eu não bebi nem fiz uso de nenhum produto ilegal. Falo aqui da “responsabilidade” que o outro tem, sem saber que é “responsável” e também sem a “responsabilidade” de ter, mas sem saber, foi “responsável”. Podemos tocar o outro sem sabermos que estamos tocando e assim sermos “responsável” (sem sabermos) por toda uma mudança na forma de pensar desta pessoa. Saí de casa apenas para um compromisso, o qual não estava afim, e voltei com um outro eu que ainda não conhecia dentro de mim.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Felicidade

Estou aqui, tentando escrever um texto inspirada por uma data que me atormenta e se Deus todo poderoso me conceder, que este tormento não signifique nada, ficarei muito feliz. Na verdade, pensei em algo para uma despedida de um momento, fase, época, fatos... Inspirada também por Martha Medeiros, colunista de jornais e autora de Divã (e outros), a qual uma grande e querida amiga, como ela mesma diz: “Uma surpresa maravilhosa da vida”, emprestou-me o livro “Doidas e Santas”. E, para finalizar a sequência de inspirações, um fato acontecido na semana passada. Uma pessoa que não encontrava há dez anos, falou coisas a meu respeito das quais nunca imaginaria, o quanto fui importante, uma lista de elogios sem fim. Foi praticamente uma declaração. Num momento dos mais turbulentos, chega alguém, que você não vê há anos e coloca uma importância tão grande em sua vida que te faz pensar. Mas não só pensar, mas te presentear com um pequeno momento de felicidade, tão importante naquele instante. Fiquei pensando então: como é simples momentos de felicidade. Por que não falamos mais, nos declaramos mais, não tiramos as máscaras que somos obrigados a usar todos os dias e presenteamos alguém? Considerando tudo isso, no dia seguinte resolvi presentear alguém e espero ter proporcionado esse momento também para ela. Por que temos que estar indo para algum lugar distante para poder falar o quanto as pessoas representam p/ gente? Deveríamos sim colocar a importância que cada um tem p/ nós, isso faz muito bem p/ quem recebe e p/ quem dá. Não tive coragem de dizer para todos, já que também talvez essa atitude possa ser vista como alguém que está “pirando” (não que eu não esteja... rs). Eu acho, por exemplo, que se alguém já moribundo, sabendo que iria partir desta p/ melhor mais dia menos dia, deveria colocar numa lista apenas as pessoas que realmente ela gostaria que fossem em seu enterro. Nada daqueles que nunca foram com sua cara, ou que te fizeram algo muito ruim, ou que simplesmente comparecem, pois funeral e casamento é sempre uma boa oportunidade de rever aqueles que há muito tempo não via, ou ainda aqueles que se juntam p/ fazer fofoca a respeito do defunto, não dando nem chance p/ ele se defender (tomara que essa estória de vida após morte seja verdade, pelo menos assim ele vai poder puxar sua perna durante a noite). Tirem suas máscaras de vez em quando, presenteiem alguém enquanto há tempo, deixem o orgulho, a vergonha de lado e coloquem o lado “ser humano” p/ falar um pouquinho, acho que o mundo está precisando disso.

domingo, 1 de agosto de 2010

Apenas mais um dia...

A maior tristeza é aquela que tem muitos nomes, mas nome nenhum. É a tristeza de não saber e saber, mas não saber o que fazer. É uma angustia, uma ansiedade, uma imaginação, um sofrimento, um choro, uma gargalhada, uma desconfiança, um sentimento...

Dormir por meses, beber a pílula do esquecimento, virar a página, e descobrir que todo entulho dos tempos varridos para debaixo do tapete estão lá. O dia da mudança chegou, quero meu tapete e não tenho aspirador. Recolherei todo entulho e reciclarei...

Mas que bom, estou viva!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Que triste...

A tristeza pode ser fonte de inspiração para quem quer escrever, mas que triste ter que viver triste para escrever?!!! Ainda bem! Descobri que não me encaixo neste quisito de inspiração...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nocaute


NOCAUTE!!!!!!!!!! Agora sim começo a  sacar a sensação que fui acometida. Posso talvez ser mais honesta e dizer a sensação  que ainda me encontro. E vamos combinar que o estado que fica um nocauteado, dá para se recolher várias informações: torpe, andando de lá pra cá, anestesiado total , porque tamanha dor  o corpo se defende  “amortecendo” ( a morte sendo), baratinado, sem condições de pensar, não agindo por si,  agindo só por deduções dos gritos que ouve da platéia , sendo essa a única fonte de ânimo e determinação que o  “tonto” tem.


É como se nesse momento não respondesse por ele, responde por um corpo, por um outro. Chacoalha a cabeça e tenta modificar aquela visão turva, já estirado no chão humilhado, sem condições de levantar, esperando a contagem regressiva e que a façam o mais rápido possível para tirá-lo daquela condição de alguém que perdeu a luta, a identidade, o prumo e que a única coisa que tem pela frente é a próxima batalha. Um nocaute é quase como uma experiência de iniciação, um rito de passagem, ninguém é mais o mesmo depois disso. Te tira da caverna, da escuridão daquela vida monótona, igual,  faz você literalmente cair, bater a mão e torçamos, EMERGIR.


 O difícil sinceramente  é estar nesse hiato entre o nocaute e a saída disso, é poder suportar as condições tenebrosas da entressafra, onde a sua referência é única, a de um corpo que não sente, que vive a iminência catastrófica da morte, pois essa nesse contexto é a única certeza de que se pode dispor nesse momento. Por  aí já é possível concluir que angústia e alento podem sim coexistir.... Disso não tenho mais dúvida!





Dica: Releiam o Mito da Caverna de Platão

sexta-feira, 4 de junho de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

As novas relações


Demorei um pouco a  escrever pois venho gestando uma certa apreensão do mundo e estavam faltando legendas que pudessem traduzir o que tenho sentido...


Nunca antes visto na minha estória,  havia realizado um término de relação onde tivesse isso como definitivo, e esse é um primeiro ponto, porque quando  sentimos  que aquilo tem volta, esperamos pelo retorno,  e as saídas para a “night” são sempre um voto de renovarmos  que o  melhor é aquela relação mesmo. Por aí  já é possível extrair algumas conclusões como essa que de alguém que de  saída já vai para o mundo com o olhar mais atento para tentar decifrar e compreender o que está rolando para além da caverna que acaba de sair.


Uma coisa que atravessou  a vida das pessoas consideravelmente foi a Internet, os bate-papos, MSN, os orkuts, facebooks da vida. É impressionante como isso democratizou as relações: não há idade, credo, partido político, pobre, rico, gênero que impeça qualquer um  de querer  se relacionar . Se por um lado dá a impressão que isso aumentou a quantidade de pessoas felizes no mundo, porque é muito “lôco” quanto as pessoas se amam e dizem explicitamente do amor que uma tem pela outra, coisa roubada  da adolescência, dos ninfetos que estão acabando de sair dos cueiros e daquela atmosfera altamente protetora dos pais e querem encontrar nos amigos uma certa extensão disso.... o outro lado é a confusão que se metem esses novos quarentões que se valem de pegar o rabo do cometa na adolescência dos nossos ninfetos com a diferença de fazer uso disso com a inteligência de uma certa experiência, potencializando e pior, reverenciando o descompromisso consigo e com o outro de uma forma assustadora, pelo menos para quem acaba de sair da caverna.


O fato das pessoas estarem plugadas e isso vale também para os adolescentes, dá a idéia de uma não solidão e de um acesso instantâneo para aplacar o pânico vivido e digerido de outras épocas.


Minha sugestão: quando encontrar alguém que seja um suspeito a fazer alguma diferença na sua vida, não o link no seu face, no msn, e afins.... sonhe com essa estória e não permita o acesso rápido, porque nesse caso a Internet é uma pescadora de ilusões, ela rouba aquilo de mais legal do início de uma relação....

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Xs da vida e os e-mails só para rir!


Já não é a primeira vez e nem a segunda que recebo e-mails que vem intitulado “Só para rir”. São e-mails que  me fazem muito mais chorar do que propriamente rir... Explico: Diz por ex o seguinte:  “Homem esperto + mulher esperta, = romance; Homem esperto+ mais mulher burra=Caso; Homem burro+Mulher esperta= Casamento; Homem burro+Mulher burra= Gravidez. E nessa direção caminha o e-mail falando de chefes e subordinados... Eu não devia gastar meu tempo com isso, mas também é a possibilidade de estabelecer uma dialética diferente até para a minha própria vida, no sentido de que se eu respondo, é porque posso acreditar em quem lê e até mesmo em quem “despretensiosamente” me enviou...


Faltou nesse e-mail um quarto tipo de pessoa, aquela que sustenta o próprio desejo, ainda que isso resvale para a burrice, inteligência ou esperteza, pois o que está em jogo aí não é o resultado, é a aposta. E esse tipo de gente é a que está mais escassa no mercado de sujeitos... sim porque é de sujeito que se trata tentar uma aproximação, independente do gênero, credo ou partido político.


Porque acreditem... tudo pode ser remediado,  a grana, o credo, o partido,  o emprego, isso basicamente é só seguir manuais.... mas gostar de alguém, ter esse dispositivo aí dentro e apertar, é só pra quem tem coragem, é pra quem pode, não pra quem quer.


Lembrei de um verso da música do Frejat: 


Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...”


Continuo minha crença em você X, pode acreditar....



terça-feira, 27 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Os embalos de sábado a noite" (Vamos rir então!!!)

Não estou aqui só para mal dizer os relacionamentos amorosos. Já vivi bons relacionamentos, mas confesso que hoje em dia, o tipo de homem que nos proporciona os bons, está em falta. Fico feliz em cruzar com um relacionamento antigo e saber que o nosso fez muito bem a ele e que hoje ele se comporta diferente, me dando esperança, pois também sei que vou arranjar uma tampa para minha panela. Enquanto a tampa não se encaixa, vamos desforrar em cima dessas situações e poder rir (adoro rir) de nossas próprias caras (e das deles também). Numa dessas noites regadas a boas risadas, com as amigas “dando um tempo” dos relacionamentos, cruzamos uns pilotos (diziam eles) estrangeiros que não conseguiam fazer ligações do celular para algumas “garotas” que eles haviam conhecido na noite anterior. O donzelo, com seus mais ou menos 50 anos, falava inglês, mas tinha cara de mexicano, chileno, sei lá, de algum desses lugares por esses lados. Minha amiga recém- nova-situação-civil, muito simpática, sempre pronta a ajudar os pobres homens carentes da noite (aliás, como veterana na situação, já a adverti quanto ao exagero na simpatia, comportamento muito mal interpretado por tais animais sedentos de atenção) logo se prontificou a ajuda-lo. De repente, escuto ela gritando “Are you normal?”. O tal, com os olhos arregalados, sem entender nada olhou p/ mim como se do meu rosto as letras da legenda saltassem e ele pudesse entender alguma coisa. Com um pouco mais de conversa, escuto novamente ela, entregando a origem das tais garotas: “mas vocês tem certeza que não eram garotas de programa?”. Bom, nessa hora, eu já estava oferecendo meu celular para que o pobre homem ligasse para as tais e assim descobrimos que o celular do pobre estava com defeito. Nesse meio tempo, o tal mexicano-chileno, já estava a “castelanar” sua linda história de amor (to falando sério agora), com sua falecida mulher, a qual viveu por 30 anos, chamando de “mala” minha querida amiga, que atirava farpas nos homens e mal dizia os relacionamentos. Ainda tive que recusar educadamente o pedido que o tal me fez “posso ligar qualquer dia?”, já que me dispus a ajuda-lo e ainda emprestei meu ouvido para seu desabafo. Ainda bem que um pouco de “semancol” ele tinha, pois logo depois da pergunta, me disse: “pode ser sincera, se disser não está tudo bem”. Terminamos a noite num outro lugar e descobrimos que ainda teremos que aprender muito “como nos livrarmos de situações indesejáveis sem sermos mal educadas”, nossa educação está “causando” (nova expressão da noite que aprendi), já que tive que acudir a outra amiga dizendo estar passando mal (dei até água p/ ela), para se livrar do “homem peruca” (vocês precisavam ver a cabeleira dele). Só descobri sua atuação depois de pegar a água, “e aí, ele já foi?”. Olhei p/ ela sem entender nada, “eu só estava fingindo, não sabia como sair desse cara”. Bom, caímos na gargalhada. Aí, aí...adoro sair!!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Hanami

 Haja visto minha dica insistente no filme “ Cerejeiras em flor”, achei por bem “expurgar” aquilo que me tocou nessa película.
Primeiramente que há bem uns três, quatro meses, eu não tinha condição de parar e me concentrar em nada, estava no olho do furacão: separação, os filhos, a grana, brigas em família, a vida, a noite, os encantos das possibilidades ali na minha “barba”. Tudo e nada ao mesmo tempo!De repente, o convite: “ Vamos ao cinema ver esse filme mãe”? Curioso que nem vacilei , aceitei de pronto, afinal sempre fui uma cinéfila, e uma pessoa assim às vezes conta com a compania de alguém, às vezes não. E agora tendo a da minha filha... “vamos nessa”!É a estória de um casal que a mulher ao saber do pouco tempo que restava na vida do seu parceiro, resolve fazer com ele uma viagem. Ela queria ir para o Japão, mas como ele não sabia de nada, preferiu ir ver os filhos em Berlim. Lá se depararam com o inevitável passar do tempo, e com o inefável da construção e da costura que foram tecendo com os filhos. Os ódios, a competição entre eles, o jogo de empurra que fazem com os pais, o peso que sentem ao terem que se deparar ali com aqueles dois “velhos” pedindo arrego na relação com eles, tentando recuperar algo que está dado para ser perdido pra sempre.
Enfim a parceira morre antes do marido e ele ao saber do seu sonho (ir para o Japão onde mora o caçula), mais do que depressa, vai em busca de vestígios dessa mulher que ele também não conheceu....
Esse foi o ponto máximo do filme para mim... a experiência desse homem viver a falta completa e absoluta, foi justamente onde habitaram as verdadeiras possibilidades de um encontro: é no vazio, é na solidão, é na entrega daquilo que você nem sabe a seu próprio respeito a possibilidade do encontro com o AMOR. É na espontaneidade de achar bonito aquilo que a gente nem conhece, ou simplesmente de aceitar um convite como esse feito pela minha filha, é do que a alma se alimenta...
Impressionante como os orientais se permitem a ter acesso a esse não dito. Prova disso é o BUTÔ, teatro-dança de um corpo entregue aos impulsos da alma.
O filme por si, já seria demais. Mas para além disso pontuou para mim um recomeço, uma retomada. O furacão passou.... começo agora a dar conta dos estragos, mas com o Butô presente, certamente poderei me tornar ausente e me dar de presente o esvaziamento da minha mente.

Dica imperiosa: “ÍNDIOS”- Renato Russo

quarta-feira, 21 de abril de 2010

"O lado bom"

Tem dias que tenho a coragem de um leão. Tem dias que queria dormir e só acordar ano que vem. E é assim, dia após dia. Uma montanha russa de sentimentos. Um dia você está no pico, no outro no fundo do poço, bipolar total, maníaca e depressiva. Nos dias bons, vamos dizer assim, coloco tudo em dia: as roupas para lavar, as roupas no armário, os e-mail e trabalhos encaminhados, as contas pagas, o supermercado feito. No outro dia, aquele ruim, fico pensando nele. É, naquele cara que por fim a gente se apaixonou, achando que tinha se apaixonado por nós mesmas, já que nos sentíamos tão bem. Mas descobrimos que era por ele mesmo, já que ele não está mais aqui e só o meu próprio amor já não me enxuga as lágrimas. A gente acha que é um sentimento bom, quando pensamos no lado bom da coisa. Ah! Tem isso também, aprendi que devemos sempre pensar que tem um lado positivo (tipo pilha), pois: “poderia ser bem pior”, e o lado bom da coisa é: “olha que legal, eu posso amar novamente”. É, tente se conformar com isso para passar mais um dia sem ligar, sem mandar torpedos, sem tentar nenhum tipo de contato. Por quê? Porque aprendi, que não pode, tem todo um processo, tem que esperar, analisar, processar e por fim dormir e tocer para que o dia seguinte você acorde com a coragem de um leão. Mas, agora o que vou dizer é quase que inédito, fique feliz pois: “TUDO PASSA, É SÓ VOCÊ TER PACIÊNCIA E ESPERAR”.

Dicas: compre uma garrafa de vinho, ligue para uma amiga que tenha saco para te escutar (por longas horas), pegue um DVD bem dramático para chorar tudo, e o melhor, por outro motivo que não ele.


Dicas de música: “Já foi – Jota quest”, “Chega – Mart’nália”




"A (falsa) liberdade"

Como é bom se sentir livre. Liberdade só percebida quando enjaulada. Enjaulada por nós mesmas, numa segurança falsa, que nos dá a impressão de sermos queridas. A liberdade está nas pequenas coisas, que virão grandes quando descobrimos. Liberdade de colocar no rádio a música que queremos ouvir, liberdade de sair de casa quando quisermos, sem ter que falar (nem p/ nós mesmas) para onde vamos e nem quando vamos voltar, liberdade de guardar e depois achar no mesmo lugar, liberdade para chorar sem se questionar e sem ter motivos. As liberdades são muitas, mas mal conseguimos percebê-las no dia-dia da falsa segurança. Tem aquela liberdade, que quando sentida, te dá a sensação de “super-mulher”, quando você descobre que não precisa ligar para ninguém para resolver o problema do pneu furado, do carro que enguiçou (exceto para a seguradora, mas sem intermediários). É igual a propaganda daquele cartão de crédito, "para tudo tem preço, para essa liberdade, não tem preço! "

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Queda livre



19/04/2010

Despencando.... queda livre! Diretamente com a cara no chão.... Tem lugar mais significativo do que bater justamente com a “cara” no chão? Essa que habitualmente é a mais protegida, embora  esteja à mostra e descoberta, justamente por se mostrar  que  nos valemos de mais recursos para esconder. De um sorriso a um choro, até uma base com um blush, a “cara” está lá sempre protegida e a queda inevitável é simplesmente quando os recursos se esgotam na montagem daquele semblante.
Não adianta sair recolhendo os pedaços, tentando remontar a antiga figura, isso pode resultar numa completa desfiguração, tão pouco resolve apressar o tempo, pra tentar dessa forma apressar a cura e por conseqüência acabar com a dor....
A desconstrução é trabalhosa, mas talvez a mais eficaz, porque ao se desconstruir já está se construindo, e por hora esse é o único ponto de sustentação.Conta-se também  com  certeza  da dor, de ser  um caminho solitário, e principalmente com a  impossibilidade de viverem isso por mim, afinal nesse pacote já não cabe contar com as pessoas mais  da forma antiga, agora é a vida por um fio, mas um fio de aço, amarrado por mim.
Dica:   “Benditas”- Zélia Duncan e Martinália
Filme:” Hanami- Cerejeiras em flor”
É a desconstrução  operante.... Vale a pena!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Tá na hora de sair"

Bom, tá na hora de sair pra noite!!!
Ficar em casa chupando o dedo, pensando que “fim levou o Bob” e na morte da bezerra, não tá com nada. Portanto, o negócio é sair. Sim, nessa época, a vontade é sair de segunda a segunda. O duro é encontrar amigas dispostas, descompromissadas e com pique (mania) total para acompanhar. O negócio então é convidar aquela amiga também com nova condição civil e experimentar um barzinho da moda. A gente só não chega numa nave espacial, porque a sensação de ter chegado em outro planeta é plena. A certeza de adequação das roupas, cabelos, maquiagem não há. Bom, já que estamos no prédio errado, qualquer andar serve, portanto, peito estufado, cabeça erguida, força na peruca e vamos em frente. Será que vai rolar nosso primeiro beijo. Sim nosso primeiro beijo pós trauma. Será que ainda somos desejadas? Será que alguém ainda quer duas balzaquianas separadas? Será que a gente ainda lembra o que é isso? Será? Será? Será????
A verdade é que a insegurança não nos deixa nem olhar para o lado. E se vier alguém conversar com a gente? O que a gente deve dizer? “A gente se separou faz pouco tempo e os nossos ex, são uns cretinos, ordinários, salafrários, lazarentos...” Não, acho que não. Talvez: “Acabamos de nos separar, temos filhos e eles são maravilhosos, precisa ver o que eles aprenderam esse final de semana, você nem iria acreditar e como eles são espertos, inteligentes, bonitos...” Não, acho que não também. Descobrimos que precisamos treinar mais as saídas, pois não temos repertório nenhum, ou melhor, temos apenas dois repertórios, separação e filhos, as únicas coisas mais consistentes neste momento que nos restaram. Descobrimos também, que de repente é como se entrássemos numa máquina de teletransporte e chegamos no futuro e que não somos mais adolescentes. Ainda bem, que é muito fácil a gente se acostumar com os entretenimentos da noite! Bola pra frente que atrás vem gente! (Tem que vir...rs)






terça-feira, 13 de abril de 2010

Jogo?

O mais engraçado depois de todo o furacão, depois de toda a acusação à  espécie, é a capacidade que nós mulheres temos de renovarmos os votos para o amor. Nem parece que existiram brigas, desentendimentos absolutos, que passamos remoendo horas de puro ódio e articulações em como acabar com o parceiro em 5 segundos.
Num piscar de olhos, o romance se reinstala,  e é como se desconhecêssemos até onde o ódio podia chegar.Porque nesse momento a vontade de fazer tudo diferente, é o que impera.
Sorte do próximo, desse que está  cruzando  seu caminho nessa hora .... vai ter amor, paixão, mas vai também ficar bem desconfiado, afinal é bem possível que não esteja acostumado... e se estiver pego no sintoma da maioria então.... nem se fale, pavor total!
É qdo se intala o jogo... e que chatice e que gostoso! Afinal você  só está num trânsito de uma nova condição,  e não pode ser mais de alguém iludida pelo amor e nem de quem vá iludir outrém... Qual esse novo lugar? Com quem você vai se deparar? Pode te acompanhar para aquele lugar do não sei quê,   não sei de onde, e que mesmo assim continua querendo decifrar o  por quê??
Precisa ter estofo heim! Precisa ter coragem de encarar!
Agora sim parece que poderá haver um encontro não encontrado que estará ligado por duas subjetividades.... Talvez a amizade de antemão seja o melhor pedido!

Sugestão de música: "Sua Menina"- Arnaldo Antunes

terça-feira, 6 de abril de 2010

E a Mart'nália?

É muito maluco quando a gente começa uma vida nova.... Ainda mais com quase 40 anos... Eu ouvi direito? Quase 40 anos??? Está aí a sensação de acatar uma condição ímpar, sempre ouvi dizer de crise de 40 e geralmente isso estava sempre atrelado ao macho da espécie e qual não é minha surpresa estamos completamente à vontade para também nos apropriarmos dela.
Homens nessa idade, direcionam a crise para finalmente se apaixonarem por alguém de novo, geralmente estão naqueles casamentos torturantes, cheios de obrigação, com suas mulheres tentando encapsulá-los no cotidiano dos filhos, ou na mesmice dos seus trabalhos, que saco! E quando menos esperam, estão enamorados de alguém, claro que alguém que por favor não fale disso com eles, só cole, não os deixem sozinhos e que tentem ao máximo chegar no âmago do seu ser. Lindo isso!!! Também acho... Quem não quer???
Com a maior facilidade e sem culpa nenhuma deixam seus filhos, aliás com essa maluca a quem ele tanto acusou... “Vou amar, viu? Só por isso já estou absolvido”! Vá.... vá com fé para a pqp, ou quem sabe vá, mas vá para o inferno que lá nos encontraremos e aí faremos o duelo final, sabe por que? Porque o seu encantamento foi a minha passagem para a vida mundana que eu esperava sem saber há tanto tempo.... To enamorada sim... mas de mim....
Ouçam Mart’nália, vão entender a sensação da qual estou falando.... CABIDE! Conhecem??? E dançar este samba então? É muito bom!!!!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

(A)CORDA!


  • 31/03/2010


(A)corda meu amor para o amor... porque ao se manter (des)acordado,  a corda vai subir no seu  pescoço e te acordar já sem tempo de experimentar o que é amar....

quarta-feira, 31 de março de 2010

Isso pega?

Fui inoculada com o vírus da solterice... pega, viu? Começou comigo me desvencilhando do peso de uma relação de alguns anos, tipo assim: não tenho mais nenhuma responsabilidade sobre você, não somos parentes, fomos só duas subjetividades que tiveram um encontro... caminhou para experimentar os mistérios da noite, aonde todos os gatos são pardos, aonde os drink’s e a música universalizam as sensações, os sentimentos e o propósito de cada um que se encontra ali, deslizou para aquelas cantadas das mais estapafúrdias possíveis, que só são aceitáveis porque você ali engrossa o coro da babaquice, afinal está lá ouvindo.
Maluco é quanto nas primeiras aventuras, carregava ainda o peso de ser outra, mas nada que dois copos e a altura da música não dissolvessem e me deixassem completamente à vontade para me reinventar, ser quem agora eu escolhesse, falar do jeito que eu quisesse, ter a elegância escolhida e não mais a doutrinada e principalmente decidir ceder ou não aos mistérios que a noite propicía.... É quase como ser embalado.... sim, embalado na mesma toada, no mesmo ritmo na mesma cantada.... faz a gente dormir, quem sabe sonhar... E o dia seguinte????? Trrrimmmm!!!! Alô? Gabi? Ta tudo certo pra hoje??(rs!)

Trovoada de mistérios, tempestade de interrogações....


12/03/2010- gfc

A lógica da fantasia é sempre bem distante da lógica da realidade... e que caminho longo esse de fantasiar. Se ele vai ligar, ou se sou eu que tomarei alguma providência, se gostou de mim, se pude impressioná-lo com a minha “pretensa ” articulação ou se isso o assustou, se consegui causar uma boa impressão, ou se “enfiei os pés pelas mãos”... Enfim, o que todos me dizem é sempre o mesmo discurso: “Não vá se apaixonar, heim!!” E eu que mal sabia se podia novamente me abrir para alguém, pouco ligo para esse discurso, estou completamente inebriada de sacar que meu coração ainda funciona, que ele bate, que no meu corpo o sangue está bombando e que as palavras saltam da minha boca numa velocidade que o meu raciocínio mal pode  acompanhar. Penso logo existo ou Falo logo existo?
Trovoada de mistérios, tempestade de interrogações e  a mistura fina daquilo que quero pra mim com aquilo que quero causar para o outro. Tênue  esse limite, não sobra nenhum espaço entre essas duas coisas, a não ser que eu possa “trucar”, colocar  em xeque e assim criar um novo espaço onde eu possa ser o resultado dessa aposta toda.
Agora incorro em outro perigo: o de blefar! E assim a vida segue...

quarta-feira, 24 de março de 2010

O ar começou a faltar...


O ar começou a faltar... só me lembro dessa cena no dia que nasci, o intervalo entre sair daquele líquido e respirar  foi  rápido, e extremamente dinâmico, e já dependia da minha decisão, me inserir nesse mundão.
Me vejo novamente tendo que decidir a mesma coisa: o coração palpita, sofre ataques de pânico, sinto dores no corpo, mas sofro mesmo é de uma dor de aposta. Apostar em quê mesmo? De que vale essa vida?  É só uma travessia?
E eu que dispensei toda a política  de estar concernente e de jeitos de estar na vida, padeço agora de referências... não as quero, quero construir  o meu mundo, firmar-me na lógica do meu desejo. Trabalho árduo, solitário,  e parece que atualiza o quão efêmero e intenso pode ser viver...
Enfim, fui uma criança dócil, bastante contida e apesar das conseqüências que isso trouxe para mim, fui desde cedo criando um mundo paralelo que ao mesmo tempo que  me protegia, recalcava ainda mais essa minha condição. E a prova disso foi no encontro que tive na adolescência com aquele que eu julgava ser meu grande amor e com esse  fiquei, e com esse tive filhos e é desse que nesse momento tento me livrar... E foi nesse que esperei, que apostei todo o meu ser.... que piada é essa? Nesse? Como consegui transformar toda minha ingenuidade em tamanha ignorância?
Estava lá, clarificado para todos o tamanho da minha burrice, da minha alienação.
Mas parece que tentava  me livrar de uma condição que ele regularizava para mim todos os dias, a da que não quer escolher, a da medrosa, a daquela que está sempre num beco sem saída. Aliás saída para onde?
E esse é o momento que me encontro agora: tenho força para sustentar a minha saída? Saí com ele daqui, pus suas roupas pra fora, já estava desamarrada dele há tempos... e agora o que faço com esse desapego? Para onde corro? Com quem eu falo? Quem pode me escutar?
Estou vivendo um tempo de mania, cansada do turbilhão de pensamentos que tentam frear um pouco da minha angústia de não saber o que estará por vir.
O tempo tem sido um fator altamente paradoxal para mim. Parece que ele parou, que ele virou meu aliado e meu inimigo. Preciso de decisões e não consigo tomá-las. Vivo num estado de alguém que está vivendo um assalto, que ao mesmo tempo que  parece ter uma imensa lucidez  de não cometer nenhum ato brusco, fica depois com a realidade do ladrão, realidade impotente, sem perspectiva, esvaziada...
Estou com medo.... voltei a ter medo do escuro, começo a tatear... e quem sabe possa novamente ter a delícia de começar a me encontrar?

"Mundo Paralelo"


A gente sempre acha que a única pessoa que está sentindo “isso”, somos nós mesmas, e mais ninguém. Quando saímos da toca, depois de uma separação, percebemos que o que sentimos não é exclusividade só nossa, outros passaram por isso e estão vivos, ás vezes até casados novamente. A sensação de mundo paralelo, foi o que mais definiu, para mim, o estado em que me encontrava. O “ex” companheiro, não é mais nada daquilo que você pensou que fosse, é tipo “dormindo com inimigo” ou “um estranho em minha cama”. Quando estamos casados, aquela estória de que “em vida de marido e mulher ninguém mete a colher” é realmente verdadeira, todo mundo sabe, mas ninguém tem coragem de falar (acho que nem eu teria). De repente você descobre que nenhum “buraco” se salvou, nem da sua “melhor amiga” (mui amiga). Você se pergunta: “Onde eu estava até agora?” “Em que mundo eu estava vivendo?”. São aquelas estórias de novela, que todo mundo acha que só acontecem lá. Meu calmante era uma garrafa de vinho, antes de dormir. Nunca fui de tomar remédios. Rezar para dormir o maior número de horas possível, pois quando acordava, acordava. Os amigos sofrem um pouco, pois ficamos monotemáticas, tentando entender o que aconteceu, “qual a placa do caminhão que passou e nos atropelou?”. Mas são eles que salvam também. Tem também aquelas pessoas, que não tem a mínima noção do que é passar por isso, “vai passar, o tempo cura”, ou “mete a cabeça no trabalho, se foca em outra coisa”, ou “você precisa se recuperar, tem situações muito piores que a sua”. Quem diz isso, realmente não tem a mínima idéia do que está acontecendo. Esse mundo paralelo, dura mais ou menos uns 3 meses. Cada processo tem que ser vivido, sem achar que podemos encontrar a pílula mágica de esquecer o que aconteceu da noite para o dia. O que é mais feliz nisso tudo? Quando você descobre que deveria ter feito isso antes...rsrsrs